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Madeira das seringueiras poderia ajudar a Libéria a se recuperar

À medida que a sólida indústria da borracha acorda, depois de anos de guerra civil e instabilidades, ela precisará cortar e replantar mais de 55.000 ha de seringueiras velhas que atualmente produzem quantidades muitas baixas de látex. O governo da Libéria, com o apoio do Centro para o Comércio na África Ocidental de Acra, está encorajando o uso de tecnologias para transformar as seringueiras a serem cortadas em madeira valiosa, com qualidade de exportação, e em móveis, ao invés de simplesmente deixá-las apodrecerem ou serem queimadas como carvão.

“As seringueiras velhas, de pouco valor econômico, precisam ser cortadas para dar espaço a novas. É uma perda econômica e ambiental não usar a madeira da forma mais eficaz possível”, explicou Gustav Adu, o especialista em comércio de produtos de madeira do Centro. “Quanto mais cedo a Libéria adquirir a tecnologia e a perícia para processar a madeira da seringueira, tanto maiores serão os benefícios para o país e os seus cidadãos”.


Uma foto da cobertura florestal na Africa Ocidental e Central

Processar a madeira da seringueira – serrá-la em tábuas, tratá-la quimicamente e secá-la em fornalhas – não é complicado, mas isto tem de ser feito dentro de um período estrito de três dias depois do corte, porque a madeira é danificada rapidamente por fungos e insetos. O governo da Libéria quer compartilhar este conhecimento com proprietários de fazendas de seringueiras do país, especialmente os 60% das fazendas pequenas e médias. A Libéria também está levando em conta a idéia de seus centros de treinamentos práticos ensinarem o processamento da madeira da seringueira, com o objetivo de lançar o processamento comercial em 2008.

“A madeira da seringueira tem um tremendo potencial – ela será transformada do ponto de ser vista como algo que é quase totalmente inútil para algo considerado valioso para a produção de móveis. E isto acrescentará uma renda consistente tanto para os proprietários das seringueiras quanto para as indústrias locais”, disse Attah Alhassan, Diretor Executivo da Divisão de Desenvolvimento da Indústria da Madeira junto à Comissão Florestal do Gana. “Agora é o momento perfeito para isto – a cor clara da madeira da seringueira pode satisfazer a demanda geral por madeiras claras na Europa e na América do Norte”.


Floresta de seringueiras na Liberia

O tremendo potencial da madeira da seringueira surgiu em junho durante o Fórum de Desenvolvimento do Comércio na Libéria e a Oficina do AGOA, da qual o Centro participou. A pedido do Ministro da Indústria e do Comércio do país, Olubanke King-Akereke, Adu voltou à Libéria em agosto para dirigir treinamentos e apresentações de conscientização sobre o processamento da madeira da seringueira, bem como para identificar empreendedores dispostos a assumir o risco.

O sucesso dependerá destes operadores e da velocidade com que eles processam a madeira. A Libéria poderia ganhar mais de US$ 2 milhões por ano se 3% de suas seringueiras passadas da idade fossem cortadas a cada ano e pelo menos 15% destas árvores cortadas com madeira de qualidade fossem processadas para transformá-las em tábuas para exportação. Os rendimentos facilmente poderiam exceder estes prognósticos, porque as seringueiras, negligenciadas durante uma década, cresceram enormemente, produzindo potencialmente muito mais tábuas.

“A Libéria está pronta para o desenvolvimento nacional. Nós estamos trabalhando duro para chegarmos onde já estávamos antes e, a partir daí, seguir adiante de forma rápida”, disse Olubanke King-Akereke, Ministro do Comércio e da Indústria. “Nós estamos prontos para aprender, prontos para investir, prontos para levar a tecnologia às pessoas”.


Gustav Adu, do WATH, mostrando uma seringueira já cortada

Para apoiar a iniciativa da Libéria, o Centro está estabelecendo contatos com o Centro de Treinamento das Indústrias da Madeira no Gana, o único país na África Ocidental a processar a madeira da seringueira para transformá-la em tábuas. O WATH planeja conectar grupos de interesse da Libéria com informações técnicas e de mercado do líder nesta indústria, a Malásia, e fornecerá assistência técnica em comercialização e financiamento. A Malásia começou a processar as seringueiras para transformá-las em tábuas na década de 1990 – 80% de seus móveis exportados atualmente são feitos com madeira de seringueira.

“O governo da Libéria e as associações de seringueiros estão prontos para agir rapidamente”, disse Adu. “Uma vez que a madeira com qualidade de exportação seja produzida e o mercado surja, nós estaremos prontos para introduzir o processamento posterior de valor agregado, tais como os móveis e os componentes de móveis para a exportação”.

Fonte: www.watradehub.com – por Julianna White

Raphael Chespkassoff Sanchez Vão

Raphael Chespkassoff Sanchez Vão

Estudante, Fotógrafo e Publicitário.

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