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Municípios debatem desafios das hortas escolares

A importância do efetivo envolvimento de professores, secretários e prefeitos na execução do Educando com a Horta Escolar foi debatida neste segundo dia do encontro nacional do projeto, uma parceria entre o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). O evento ocorre em Natal (RN) e prossegue até amanhã, 25.

“A sustentabilidade da horta como norteadora das ações do município passa pela formação das equipes que atuarão na iniciativa”, afirmou Najla Veloso, coordenadora nacional do projeto. Ela explicou que não basta a escola construir canteiros e aproveitar a colheita na merenda. “O projeto é muito mais amplo, com reflexos profundos na consciência ambiental, na alimentação nutritiva e na educação da comunidade onde está inserido”, disse a coordenadora.

Peça-chave – Iniciado em 2008 no município baiano de Cariranha, o projeto já está implantado em todas as 27 escolas da rede municipal. No entanto, enfrenta a resistência de professores, que se dizem despreparados para utilizar a horta da escola como espaço e ambiente para o ensino. “Eles têm dificuldade em aplicar a nova metodologia”, afirma a prefeita Francisca Alves Ribeiro. “Mas, com capacitações, pretendemos mudar esse quadro, já que os professores são peças-chave para o sucesso dessa ação”.

A prefeita destacou inovações decorrentes da implantação do projeto, como a construção de cisternas para captar água da chuva para irrigar as hortas escolares e a parceria com agricultores familiares locais. “Extrapolamos a sala de aula. Os pequenos agricultores contribuem bastante para o aprendizado dos alunos. Um bom exemplo é a criação de viveiros de mudas nativas, trabalho com ótima aceitação”, comentou.

Solo - As escolas de Valparaíso de Goiás, no estado goiano – onde há hortas em 15 das 32 escolas municipais – também têm se mobilizado para integrar o projeto. “Todas querem participar, mas estamos indo com calma”, avisou a secretária de educação, Lúcia Kopp. Para ilustrar a necessidade de um planejamento detalhado de implantação, ela citou o caso da escola Santa Rita, erguida sobre um terreno rochoso. “A viabilidade da horta só foi possível após um trabalho técnico de sobreposição do solo”, afirmou.

A nutricionista da Secretaria de Educação de Valparaíso, Talita de Ávila, comemorou os avanços dos hábitos alimentares entre os estudantes e suas famílias com a implantação do projeto. “Muitos moradores não sabiam que podemos usar beterraba em sucos, por exemplo, e estão fazendo isso em suas casas”, disse. “Além disso, as folhagens e os temperos cultivados nas hortas são um ótimo complemento para a merenda.”

Estratégia – Já na pequena cidade de Joaquim Pires, no Piauí, a estratégia usada para conseguir a adesão e o envolvimento no projeto foi investir na formação de merendeiras, professores e gestores da educação. Segundo o coordenador do Horta Escolar no município, Genivaldo Souza Silva, “os cursos forneceram a base para a implantação do projeto nas escolas e deram, ainda, noções sobre cozinha alternativa, reciclagem do lixo e técnicas de plantação de hortaliças”.
Raphael Chespkassoff

Raphael Chespkassoff

Publicitário, fotógrafo e amante da natureza. A ideia deste blog é realizar a troca de experiências e informações.

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